terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Confraternização Natalina no NPU

Cá estou eu de volta, depois de mais de um mês de ausência. Enfim, final de semestre, uma quantidade OBSCENA de material para corrigir, relatórios para preparar e claro sem contar que ainda temos de pensar em comprar todos os presentinhos para os entes queridos. Ai será que este ano todos vão ficar na mão? E em meio à loucura que sempre antecede o Natal e o Réveillon, que sempre damos um jeito de nos confraternizar com as pessoas com quem dividimos nosso dia-a-dia de trabalho, o pessoal da yoga, os pais e professores dos esportes dos filhos e etc.... E hoje foi o dia da confraternização com o grupo do NPU. O NPU (Núcleo de Pedagogia Universitária da Universidade de Caxias do Sul) é um núcleo de estudos e de pesquisa que tem como propostas a qualificação pedagógica dos docentes, a produção e a sistematização de conhecimentos sobre pedagogia universitária com a finalidade de implementar um programa de educação pedagógica continuada aos docentes da UCS. É lá onde tenho passado a maioria das minhas terças-feiras pela manhã desde o primeiro semestre de 2007. E é lá onde tenho aprendido muito sobre formação de professores e outros assuntos efervecentes com as queridas amigas que estão registradas nas fotos abaixo.

O grupo do NPU e eu

O grupo do NPU com o seu anjo da guarda

Para a confraternização preparei um bolo de maçãs com amêndoas (mais uma receita da irmã do Frank, a Nancy) que comemos com sorvete e brindamos com um espumante da Casa Perini. Tivemos um momento muito doce, onde estávamos todas bem felizes e sem culpa, apesar de todos os regimes que foram declarados e imediatamente esquecidos.

O bolo de maçãs com amêndoas

Bem, para o ano que vem já dei minha palavra que levarei um bolo diferente, pois afinal já que sou metida a dona de blog tenho de honrar minha fama. Mas enquanto esperamos pela confraternização do Natal de 2009, fica aqui registrada a receita do bolo de maçãs com amêndoas. Voilà:

BOLO DE MAÇÃS COM AMÊNDOAS

Ingredientes:
  • 4 ovos grandes
  • 1 xícara de óleo de milho
  • 1 xícara de leite semidesnatado
  • 2 xícaras de açúcar mascavo
  • 1 colher de sobremesa de essência de baunilha
  • 2 xícaras de farinha de trigo integral
  • 2 xícaras de farinha de trigo branca
  • 1/2 colher de chá de sal
  • 4 colheres de chá de canela em pó
  • 2 colheres de sobremesa de bicarbonato de sódio
  • 8 a 10 maçãs grandes, sem casca e cortadas em fatias (de preferência maçãs FUJI)
  • 1 xícara de amêndoas moídas (opcionais)

Modo de preparar:

Em uma tigela, bata os ovos com o óleo até que fique espumante. Não é necessário o uso da batedeira, um batedor de ovos manual é suficiente. Adicione o leite, o açúcar e a essência de baunilha e misture bem. Em outro recipiente, peneire juntamente a farinha, o sal, a canela em pó e o bicarbonato. Misture bem os pós e junte à mistura líquida. Por último misture as maçãs fatiadas e as amêndoas moídas. Coloque a mistura final em forma untada com manteiga e farinha e asse o bolo em forno médio (aproximadamente 170 a 180°C) por mais ou menos 1 hora dependendo da capacidade de aquecimento do forno. Este bolo fica mais gostoso se assado em forma retangular. Coma o bolo morno com sorvete de creme. É uma delícia!!!!

IMPORTANTE: Este bolo tem de ser assado em forno médio, nunca em forno muito quente, pois senão ele queima embaixo e não cozinha por dentro, uma vez que a massa é razoavelmente pesada.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Prazeres Turcos

Hoje foi um dia muito interessante: passei o dia em Novo Hamburgo participando como avaliadora da MOSTRATEC. A MOSTRATEC é a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia organizada pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha , que destina-se à apresentação de projetos de pesquisa científica e tecnológica nas diversas áreas do conhecimento humano, desenvolvidos por alunos do ensino médio e da educação profissional de nível técnico, do Brasil e de outros países, principalmente da América Latina. Em seus 23 anos de existência, esta mostra acabou se tornando a mais importante do setor na América Latina e recebe trabalhos de mais de 20 estados brasileiros e diversos países da América Latina e de outros continentes. Os 6 melhores trabalhos classificados na MOSTRATEC têm a chance de serem apresentados na feira Intel/ISEF (International Science and Engineering Fair) dos Estados Unidos.

A experiência de ser avaliadora da MOSTRATEC foi muito enriquecedora. Aliás, uma das grandes vantagens da minha profissão é a possibilidade de interagirmos com pessoas de diferentes instituições, diferentes estados e diferentes países. Adoro isto e hoje foi incrível, pois os três trabalhos que avaliei eram internacionais. O melhor dos três era de uma garota de 16 anos e um garoto de 15 anos das Filipinas sobre polígonos inscritos em polígonos com o mesmo número de lados. Os dois postularam 3 teoremas na área de geometria e já têm tudo certo para publicarem um artigo em um periódico da área de matemática. Os outros dois trabalhos, de dois garotos e duas garotas vindos da Turquia, também eram muito interessantes e complexos, apesar dos estudantes serem todos muito jovens.

Se por um lado os alunos turcos não tinham um trabalho tão excepcional quanto o dos filipinos, por outro, eles tiverem a grande idéia de proporcionar aos avaliadores uma pequena degustação de um doce típico da Turquia feito a base de uma geléia e pistácios (segundo o Aurélio é assim que se escreve pistachios, pistaches). O nome do doce em turco é "Antep Fistikli Lokum" e em inglês é "Turkish Delight", cuja tradução ao pé da letra é "Prazer turco".

A caixa dos "Prazeres Turcos"

Eu AMEI os Prazeres Turcos. Tão gulosa, acabei comendo três desses pequenos cubinhos de geléia com pistácios e recobertos de um açúcar não muito doce. Abençoados alunos turcos que me deram a chance de ter ainda mais certeza que um dia terei de ir a Istambul.

Prazeres Turcos: pequenos cubinhos de geléia com pistácios

sábado, 11 de outubro de 2008

XX Festa Italiana

Hoje passamos a maior parte do dia às voltas com as atividades de conclusão do projeto desenvolvido por Thomas e Isabella durante todo o ano no colégio onde estudam. Eles estudaram todos os aspectos da colonização italiana na Serra Gaúcha. As atividades de hoje incluiram uma missa na Igreja Matriz de Flores da Cunha toda rezada em italiano com as crianças participando tanto nas falas da missa quanto nas músicas. Para quem não sabe, Flores da Cunha é um pequeno município que faz divisa com Caxias do Sul e surpreendentemente é o maior produtor de vinhos do Brasil e o segundo maior produtor de uvas do Brasil.

A abertura das danças da XX Festa Italiana

Depois da missa, as crianças apresentaram shows de dança e música italianas no salão paroquial. Por fim, um almoço típico foi servido no salão paroquial para mais de 700 pessoas, em sua maioria orgulhosos descendentes de italianos. O cardápio foi o típico cardápio das festas italianas daqui: sopa de agnoline (um tipo de capeletti bem pequenininho), lesso (a carne de vaca e de frango que é cozida no caldo com o qual se prepara a sopa), salada de batatas com maionese, salada de alface (cheia de vinagre), polenta, macarrão e galeto.

Sopa de Agnoline

Para beber tivemos um refrigerante produzido em Iraí (a super cidade natal do nosso afilhado Rodrigo), e vinho tinto e branco de uma vinícola de Flores da Cunha.

O refrigerante da super Iraí (a foto não ficou muito boa, mas eu não podia deixar de mostrá-la!!!)
Tudo estava muito bem organizado e a comida, apesar de simples, estava bastante saborosa. Para os dias bem frios deixo aqui a receita da Sopa de Agnoline. Infelizmente quem quiser tentar reproduzir a sopa vai ter de comprar os agnolines aqui na Serra Gaúcha, pois estes pequenos capelettis são deliciosos, mas são bem difíceis de serem feitos. Eles são recheados com miúdos de frango e preparados artesanalmente pelas nonas italianas. Lá vai a receita:
SOPA DE AGNOLINE
Ingredientes:
  • 1/2 kg de agnoline
  • 1 kg de músculo com osso (fatias finas)
  • 100 gramas de granito (gordura da ponta do peito)
  • 1/2 frango cortado em pedaços
  • sal a gosto

Modo de preparar:

Coloque o músculo, o granito e o frango em 3 litros de água e deixe cozinhar lentamente em fogo baixo (1 hora e meia a 2 horas) até conseguir um caldo com bastante gosto das carnes. Use sal a gosto para temperar. Este caldo deve ser coado em uma peneira finíssima ou de preferência em um pano branco adequado para filtragens, pois nada de sólido deve sobrar neste caldo. Depois de coado, volte o caldo ao fogo e quando este levantar fervura solte os agnolines e deixe-os cozinhar por volta de 10 minutos ou até que se obtenha a consistência desejada. Eu gosto deles "al dente". Sirva a sopa com queijo ralado. Se quiser, sirva a carne que foi cozida com o caldo (o lesso) salpicada de um pouquinho de sal. E é isso aí: viva la Italia!!!

PS: O pessoal daqui diz que sal é o único tempero que esta sopa admite. Imaginem, acho que esta é a primeira receita que eu coloco neste blog que não leva alho!!!

domingo, 5 de outubro de 2008

Os palpites culinários do Dan

Sanduiche Grelhado de Salmão e Queijo

Acho que já falei sobre isto aqui, mas vou me permitir ser repetitiva: "Nunca pensei como poderia ser difícil manter um blog!!!". Morro de inveja da Fer do Chucrute que faz postagens diárias e me pergunto: "Por que fui escolher ser professora de Física se gosto tanto de cozinhar?"

Well, a resposta é simples: adoro ser professora de Física e acabaria morrendo de fome se eu tivesse um restaurante, pois não gosto de cozinhar sob pressão e não seria rápida o suficiente para atender a clientela.

Mas, voltando à reclamação de como é difícil manter um blog, só quero deixar registrado aqui que a minha última postagem havia sido no dia 01 de junho, ou seja, quase quatro meses atrás. Que horror!!!! Aconteceram tantas coisas neste meio tempo ... Contudo, vou deixar para contar estas coisas em doses homeopáticas, e vou tentar ser mais assídua, pois este blog me faz bem.

Deixando as reclamações de lado, o que me traz aqui hoje são os palpites culinários do Dan. Como todos já sabem, o Dan é o meu filho mais velho, aquele que adora jogar basquete. E nos últimos meses, o Dan tem exercitado uma nova faceta de sua personalidade: ele tem tido muitas idéias interessantes sobre comida e tem dado muitos palpites culinários. O de hoje foi mais um grande sucesso de bilheteria intitulado (essa palavra existe mesmo???): "Grilled Salmon & Cheese Sandwich".

Aprendemos a fazer Grilled Cheese Sandwich com a Doris (a mãe do Frank). E hoje quando o Tom pediu um Grilled Cheese Sandwich para o almoço, o Dan disse: "Que tal usar as sobras do salmão grelhado de ontem e fazer um Grilled Cheese Sandwich com salmão? Eu tenho certeza que vai ficar bom." E não é que ficou lindo e super gostoso! Então lá vai a receita:


GRILLED SALMON & CHEESE SANDWICH

Ingredientes:
  • 2 fatias de pão de forma (usei pão branco, mas acho que com pão integral teria ficado simplesmente divine!!!!)
  • manteiga ou margarina
  • queijo (eu usei o queijo do Alemão da Feira Ecológica, mas pode ser queijo prato ou mussarela)
  • sobras de salmão grelhado

Modo de fazer:

Passe manteiga de um só lado das duas fatias de pão. Coloque uma das fatias com a manteiga para baixo em uma frigideira antiaderente. Em cima desta fatia coloque uma fatia bem fina de queijo e cubra a fatia com lascas de salmão grelhado. Cubra com a outra fatia de pão, deixando a parte da manteiga para cima. "Grelhe" em fogo baixo para que o queijo derreta, o salmão fique aquecido e para que o pão fique dourado, mas sem ficar queimado. Enjoy.

domingo, 1 de junho de 2008

Bolo de Abóbora com Gotas de Chocolate

Um dia desses, quando eu estava dando aula e uns alunos chegaram atrasados, eu disse que da próxima vez eles só poderiam entrar na sala de aula atrasados se trouxessem um presente para mim. E para minha surpresa, dois alunos querendo causar ainda mais confusão, chegaram atrasados trazendo com eles duas abóboras de presente para mim. Minha primeira reação foi de indignação, mas depois resolvi relaxar e levar a coisa toda numa boa. Bem, e como a idéia era levar numa boa mesmo, trouxe as duas enormes abóboras para casa, fiz uns bolos de abóbora com gotas de chocolate e levei dois dos bolos para comer com os alunos. Todos amaram o bolo e os dois alunos que trouxeram as abóboras prometeram chegar atrasados de novo trazendo uns quilos de cenoura (imaginem para que?).


Uma receita e meia faz a alegria de muita gente!!!
A receita deste bolo me foi dada pela Nancy, a irmã do Frank. Em um certo Thanksgiving em que toda a família dele se reuniu em nossa casa em San Diego, a Nancy levou vários desses bolos e serviu-os quentes junto com a refeição. Que delícia!!! Aliás, a Nancy era uma boleira de mão cheia. Tenho várias receitas que ela me passou e com o tempo vou apresentado-as neste blog.


Bolo de Abóbora com Gotas de Chocolate

Bem, e vamos à receita:

BOLO DE ABÓBORA COM GOTAS DE CHOCOLATE

Ingredientes:

  • 2 xícaras de chá de farinha de trigo (eu uso 1 copo de farinha branca e 1 de farinha integral)
  • 1 1/2 xícaras de chá de açúcar mascavo
  • 4 ovos
  • 1/2 colher de chá de sal
  • 1/2 colher de chá de canela
  • 2 colheres de chá de bicarbonato de sódio
  • 3/4 de copo de óleo de milho Mazola
  • 1 xícara de chá de gotas de chocolate (aquelas que se usa para fazer panetone e cookies)
  • 2 xícaras de chá de purê de abóbora ou moranga
  • 1/2 xícara de amêndoas picadas

Modo de fazer:

Faça o purê de abóbora (doce de abóbora = chimia) utilizando 1 xícara de chá de açúcar mascavo. Deixe esfriar para usá-lo na confecção do bolo. Meça todos os ingredients, menos o bicarbonato e as gotas de chocolate, e misture-os em uma tigela. Se usar a batedeira para misturar os ingredientes o bolo ficará mais fofinho. Depois que a mistura estiver bem homogênea, acrescente o bicarbonato e misture bem mais uma vez. Passe as gotas de chocolate e as amêndoas picadas em um pouco de farinha de trigo antes de acrescentá-las à mistura para que elas não fiquem depositadas no fundo da forma. Coloque a mistura final em forma untada com manteiga e farinha e asse o bolo em forno médio (aproximadamente 180°C) por uma 1 hora ou um pouquinho mais se necessário. O bolo fica mais gostoso se assado em forma de buraco ou em forma de bolo inglês.

IMPORTANTE: Este bolo tem de ser assado em forno médio, nunca em forno muito quente, pois senão ele queima por fora e não cozinha por dentro, uma vez que a massa é bastante pesada.

sábado, 24 de maio de 2008

Champignons Farcis

Cogumelos já recheados esperando o toque final do queijo Ementhal para ir ao forno


Champignons farcis prêt a manger!!!

Domingo passado recebemos Nanda, Gilberto, Arthur, Mônica e Júlio para o almoço. Só para situar, a Nanda é a mãe do Arthur, que é um dos melhores amigos do Thomas, e a Mônica é irmã da Nanda. Engraçado que a partir de uma certa fase da vida, a possibilidade de fazer amigos ocorre através das amizades dos filhos. Felizmente, algumas delas são extremamente valiosas. Com a Nanda tem sido assim. E desta vez resolvi que ia passar o final de semana na cozinha e recebê-los com uma refeição de verdade. Estava prometido, já há algum tempo, que o Frank faria uma Ratatouille, então resolvi fazer uma refeição bem à francesa. Servi como entrada uns cogumelos Portobelo recheados e como pratos principais uma maminha (que depois de marinar por mais de 12 horas, ficou cozinhando em fogo brando por mais de 3 horas) e um gratinado de batatas (mais conhecido como Gratin Dauphinois, e que postarei a receita em outra ocasião). Os acompanhamentos foram a Ratatouille do Frank e umas vagens refogadas no azeite e no alho. A sobremesa foi um bolo de maçã morno com sorvete de creme. Acho que todos ficaram satisfeitos e a cozinheira bem feliz por ver que todos gostaram de suas criações. A pedidos vou postar a receita de cogumelos recheados (ou Champignons Farcis como são conhecidos na França).

CHAMPIGNONS FARCIS

Ingredientes:
  • 8 cogumelos tipo Portobelo grandes (quanto maior, melhor para rechear)

  • 500 g de cogumelos tipo Crimini ou de Paris picados finamente

  • 250 g de bacon em lâminas picados em pedaços bem pequenos

  • Somente a parte mais clara de 2 alhos poró picados finamente (não tendo alho poró, substitua por cebolinha verde)

  • 5 colheres de sopa de azeite de oliva

  • farinha de rosca

  • queijo Ementhal ralado

  • sal

  • pimenta-do-reino preta

Modo de fazer:

Lave bem os cogumelos Portobelo, retire os pés e seque os cogumelos em papel toalha. Reserve os pés dos cogumelos grandes para serem picados junto aos cogumelos pequenos. Frite o bacon, retire toda a gordura gerada e reserve o bacon. Refogue o alho poró em 2 colheres de azeite. Quando o alho poró estiver tenro, acrescente os cogumelos pequenos picados e continue refogando por mais uns 5 minutos. Na seqüência, acrescente mais 2 colheres de azeite, sal e pimenta-do-reino a gosto. Por fim, acrescente o bacon e a farinha de rosca. Use farinha de rosca que seja suficiente para formar um refogado úmido, mas que não o deixe seco como uma farofa. Unte um refratário com azeite de oliva. Recheie cada cogumelo com o refogado e sobre cada um salpique queijo Ementhal ralado. Leve ao forno por mais ou menos 15 minutos à temperatura de 180 C. Sirva imediatamente.

PS: Para quem que saber mais sobre cogumelos, encontrei um site muito interessante. Vale a pena dar uma passada de olhos por ele.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Arroz de Carreteiro

Meu primeiro Arroz de Carreteiro
Estou vivendo no Rio Grande há mais de quatro anos, mas hoje foi o dia em que pela primeira vez preparei um Arroz de Carreteiro. Finalmente, dei vida a uma receita tirada da internet há muito tempo atrás e que nem sei mais dizer de onde veio. O fato é que a receita original é feita com charque e eu aproveitei umas sobras de costela de vaca (= sobras do churrasco do Rodrigo). Modéstia à parte, ficou uma delícia. A receita segue abaixo:
ARROZ de CARRETEIRO
Ingredientes:
  • um prato fundo cheio de sobras de churrasco (carne de costela de vaca)
  • 2 colheres de sopa de óleo de girassol ou canola
  • 1 e 1/4 de copo americano de arroz
  • 1 cebola
  • 3 dentes de alho amassados com 1 colher de chá de sal
  • 1 cubo Maggi de costela
  • 6 colheres de sopa de salsa e cebolinha picadas
Modo de fazer:

Tire toda a gordura da carne e pique-a em pedaços de tamanho pequeno. Coloque a carne picada na panela para fritar no óleo de girassol ou canola. Esmague o alho com o sal, pique a cebola e junte os dois. Quando a carne estiver começando a dourar, adicione a cebola e o alho. Frite até a cebola e o alho ficarem amarelinhos, mas não queimados. Coloque o arroz (evite lavar antes para não perder o amido do grão) e frite bem. Coloque água fervendo (eu uso duas medidas de água para cada medida de arroz) e o cubo Maggi de costela. Prove o sal e cozinhe em fogo baixo. Se precisar coloque um pouquinho mais de água fervente. Assim que o arroz estiver cozido, tire do fogo, misture umas 6 colheres de sopa de salsa e cebolinha picadas e sirva imediatamente.
Dicas: O segredo para deixar o grão soltinho é fritá-lo bem antes de acrescentar água fervente. Se quiser que o arroz fique molhadinho, coloque três medidas de água para cada medida de arroz.
As crianças comeram MUITO. Até o Thomas comeu!!! Eu, para amenizar a culpa de comer algo tão substancioso no jantar, acompanhei meu primeiro Arroz de Carreteiro com uma saladinha de rúcula e tomate.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Abril de 2008

Bolo Morango Moreno da Q-Delícia
Devido à vida louca que eu levo, acabei não conseguindo fazer sequer uma postagem no mês de abril. Hoje, primeiro de maio e feriadão nacional, resolvi que o mês de abril merecia uma postagem em sua homenagem, afinal os meses de abril são sempre ultra agitados para mim. Março termina com o aniversário do Thomas e da Isabella que desta vez tiveram festas separadas, pois os públicos não eram os mesmos. Isabella teve sua festa em um boliche só com as amigas. Thomas teve uma festa no salão de festas do prédio, toda regada a PlayStation2, muitos gummy warms e que acabou em um sleepover com os amigos mais próximos. O Dan, que não é muito dado a grandes agitos, quis uma comemoração em família, para qual ele só chamou os amigos bem próximos. Dos quatro que foram convidados, só puderam vir o Giovanni e o Dângelo. A festa foi a base de Pizza Hut, muita Pepsi Cola e coroada pelo Bolo Morango Moreno da Q-Delícia. Só para fazer um esclarecimento sobre a cultura regional do Rio Grande, aqui bolos de aniversário são denominados TORTA. Portanto, se alguém for comprar um bolo de aniversário por aqui e chamá-lo de bolo, imediatamente será reconhecido como um "estrangeiro". Este bolo (insisto em chamá-lo de bolo!!!) é basicamente um bolo de chocolate, leite condensado, morango e chantily e é um hit aqui na região.
Entre todas estas comemorações, o trabalho corria solto: um aluno fazendo qualificação de mestrado, artigos para escrever, um projeto para ser apresentado à comunidade, ...... Depois de tudo isso, o mês já estava chegando ao final e eu sem chegar muito perto do fogão e muito menos perto do Receitas, Pessoas e Histórias. Finalmente, no final de semana passado, o Rodrigo e a Luciana (afilhados queridos de casamento) resolveram fazer um churrasco aqui em casa e eu fiquei encarregada de fazer a salada de batatas.
Rodrigo, o assador profissional!!!
E já que era para fazer alguma coisa, resolvi por em prática uma receita de salada de batatas diferente, com vagens, nozes e queijo Roquefort, que há muito tempo atrás eu havia provado na casa da Stephanie King, uma amiga americana que mora em Livermore, uma das cidades em que também moramos durante nossa aventura californiana. A receita é da revista Bon Appétit e pode ser encontrada no site Epicurious. Este site é um deleite para os amantes da culinária. Quem quiser achar a receita deve procurar por: "Potato salad with haricots verts, roquefort and walnuts". O resultado da minha experiência pode ser visto na foto abaixo. O interessante desta receita é que as batatas são assadas em um vinagrete de mostarda. Vale a pena arriscar.

Salada de batatas com vagens, nozes e queijo Roquefort e churrasco do Rodrigo: costela de vaca e fraldinha. Vegetarianos que me perdoem, mas estava UMA DELÍCIA!!!
Por fim, chegou o feriado de primeiro de maio tão esperado pelos trabalhadores incansáveis, e assim, eu voltei ao fogão para atender a pedidos da galera que clamava por um Chili com Carne.

Chili com Carne


Chili com Carne é muito fácil de fazer. Cozinhei o feijão vermelho separadamente e também à parte refoguei a carne moída com um pouquinho de alho esmagado com sal (o alho não faz parte da receita original!!!). Quando a carne estava pronta, juntei uma lata de tomates inteiros que foram picados em 3 a 4 pedaços, uma caixinha de Pomarola, dois pacotes de Chili Powder McCormick e o feijão cozido. Deixei esta mistura cozinhar por mais uns 15 minutos para que os sabores pudessem se misturar por completo e aí foi só chamar a galera que se deliciou com esta comida mexicana que eles comiam muito quando morávamos na Califórnia. Ah, e quem disse que estômago não tem memória e não sente saudade?

sábado, 29 de março de 2008

Frutos de Floripa 2

Antepasto de Sardinhas Frescas

Cá estou eu de volta. A última postagem havia sido no verão e agora já é outono. Time flies!!! Permitam-me um pequeno desabafo: passei quase o sábado inteiro preparando um gabarito para uma lista de exercícios sobre força elétrica e campo elétrico. Tudo isso porque o livro-texto da disciplina mudou e eu estou tendo que resolver uma montanha de exercícios novos. Obviamente tudo seria mais simples se a editora já tivesse me enviado o CD com o manual do professor, mas até agora nada e já estamos no dia 29 de março, ou seja, um quarto do semestre letivo já se foi . Parece brincadeira!!! Para mim todo começo de semestre é um pouco estressante (ou seria melhor dizer "bastante estressante"), mas este começo de semestre está sendo especialmente bravo!!! E na necessidade de relaxar, quer coisa melhor do que cozinhar?


Para minha felicidade, ontem à noite, resgatei das profundezas do freezer umas sardinhas que trouxe de Floripa e hoje dei vida a uma daquelas receitas que eu costumava fazer com freqüência quando morava em Sampa, pois eu podia comprar sardinhas frescas todos os domingos pela manhã na feira pertinho da minha casa. Que saudade da feira da Avenida Lavandisca!!!


E já que a nostalgia se instaurou, vale a pena dizer que são muitos os odores e os sabores instalados em minha memória. Falta-me tempo para resgatá-los (ai hoje é dia de reclamação!!!). A receita que vou registrar hoje é uma daquelas que passou da mãe da minha mãe (a avó Maria Villas Boas) para a minha mãe (a Marina) e que eu cresci tendo o prazer de compartilhar. Ela nunca foi escrita em lugar algum, somente praticada. Hoje ela ganha um registro digital. Vamos a ela:


ANTEPASTO de SARDINHAS FRESCAS
Ingredientes:

  • 7 filés de sardinhas frescas (=sardinhas sem escamas, sem cauda e sem barrigada)
  • 1 cebola grande cortada em rodelas
  • 2 tomates grandes sem pele cortado em rodelas
  • 2 cenouras pequenas e fininhas cortada em rodelinhas
  • ramos de salsa
  • 2 dentes de alho picados e amassados com 1 colher de chá de sal
  • 1/2 xícara de vinagre de vinho branco
  • 1 xícara de azeite de oliva extra-virgem

Modo de fazer:

Abra os filés de sardinha e lave-os muito bem em água corrente tirando qualquer sobra de barrigada ou escamas. Retire o excesso de água dos filés com papel toalha, feche os filés e reserva. Coloque 1/4 da xícara de azeite de oliva em uma panela de pressão (pode ser aquelas de 4,5 litros). Coloque no fundo da panela uma camada com todas as rodelinhas de cenoura e em seguida arranje os filés de sardinha sobre as cenouras. Minha memória sempre me leva a colocar 5 sardinhas na mesma direção e duas em posições opostas na direção oposta*. Na seqüência coloque as rodelas de tomate e as rodelas de cebola. O alho amassado com o sal deve ser misturado ao vinagre e esta mistura deve ser despejada sobre os ingredientes que já estão na panela. Por último coloque os ramos de salsinha e regue com o restante do azeite de oliva. Leve ao fogo alto por uns 5 minutos até que os líquidos levantem fervura. Neste momento, fecha-se a panela de pressão e cozinha-se por uns 15 minutos, dos quais uns 5 minutos será com a panela de pressão a pleno vapor. Depois deste tempo abre-se a panela e cozinha-se por mais uns 10 minutos em fogo bem alto para eliminar o excesso de vinagre. Pode-se servir morno ou gelado com uma baguette bem fresquinha e crocante. É uma delícia!!!

*Caso queira fazer uma porção maior use 14 ou 21 sardinhas para manter o padrão de organização das sardinhas dentro da panela. O difícil vai ser explicar para o seu peixeiro o porquê você quer 7, 14 ou 21 sardinhas. No meu caso vai ser difícil explicar para as pessoas que vão ler esta postagem que o padrão de organização das sardinhas dentro da panela não é uma manifestação da minha loucura. Bom, mas isto já é uma outra história.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Feira Ecológica de Caxias do Sul

Marcos Palmeira visitando a nossa Feira Ecológica!!!

Berinjela Recheada
Mãe e filha vendendo saladas e legumes freesquíssimos

Meus super amigos da feira: da esquerda para a direita, Leandro e Gerson (os alemães) e Ivan (o italiano)

Barraca de ervas e uma visão maravilhosa de muitos ramos de camomila

A Prefeitura de Caxias do Sul, na gestão de Pepe Vargas (1997-2004), construiu, em parceria com a comunidade agrícola, um modelo de desenvolvimento que tem permitido a melhoria da qualidade de vida dos agricultores, mantendo e gerando empregos, aumentando a renda e evitando, assim, o êxodo rural. Pepe é um médico homeopata muito interessado em questões ecológicas e foi durante sua gestão que foi criada a Feira Ecológica de Caxias do Sul. Pepe acreditava que o estímulo ao desenvolvimento da agricultura ecológica garante a saúde dos agricultores, dos consumidores e preserva o meio ambiente. E assim, através do Programa de Estímulo à Agricultura Sustentável foi criada a Feira Ecológica, que conta atualmente com a participação de 33 famílias. Mas o cultivo de orgânicos vai além do manejo amigável ao meio ambiente. Em nível mundial, já existe um movimento para resgatar e preservar as variedades tradicionais de plantas, no sentido de deter a erosão genética provocada pelo uso indiscriminado de agrotóxicos e pela prática da monocultura. Os agricultores e agricultoras familiares ecologistas têm assumido esta grande responsabilidade que é a preservação da biodiversidade.
Este assunto me fascina, assim como a Feira Ecológica de Caxias do Sul. Ir a esta feira é um dos meus programas favoritos. Até o Marcos Palmeira já visitou a nossa Feira Ecológica!!! Todos os sábados pela manhã e todas as quartas-feiras logo após o almoço eu vou comprar minhas verduras, legumes, frutas fresquíssimas e sem agrotóxicos e meu sagrado queijo orgânico. Depois de mais de quatro anos comendo estas delícias, é fácil notar como o sabor e a textura de um alimento orgânico é diferente de um alimento cultivado com agrotóxicos. As cenouras e as bananas são pequenas e super doces, os morangos também são pequenos e saborosíssimos, os legumes ao serem cozidos não se desmancham como manteiga. Toda vez que vou para Sampa e vejo aquelas bananas gigantes nas fruteiras do povo lá de casa, eu quase perco o apetite. Enfim, a Feira Ecológica é um dos privilégios de quem mora aqui em Caxias do Sul. Ela é tão boa ou melhor do que qualquer Whole Foods e com a vantagem dos preços dos produtos serem muito menores. É um lugar para comprar alimentos saudáveis e para se cultivar amigos. Também é um lugar para se aprender que não é possível comer laranja, morangos ou berinjela o ano todo. E por falar em berinjela, agora estamos na época da berinjela. As barracas estão cheias desta fruta de cor extravagante que comemos como se fosse um legume. E eu, pessoalmente, adoro berinjela. Preparo as poderosas frutas de várias maneiras. Aliás, já postei aqui uma receita de Antepasto de Berinjela (ver postagem de 2 de janeiro de 2008). Hoje vou falar da receita das "Berinjelas Recheadas". O resultado ficou uma delícia e nos proporcionou um jantar leve e saudável. Então, vamos à receita:

BERINJELAS RECHEADAS


Ingredientes:

  • 4 berinjelas médias
  • 4 tomates sem peles e sem sementes picados em cubinhos
  • 1 cebola grande picada em pedacinhos bem pequenos
  • 4 dentes de alho picados em pedaços grandes e amassados
  • ½ xícara de azeitonas pretas picadinhas
  • cebolinha verde picadinha
  • ½ xícara de azeite de oliva extra virgem
  • sal a gosto

Modo de fazer:

Lave as berinjelas, corte as pontas, abra-as no sentido do comprimento e com uma colher de sobremesa retire a maior parte da polpa de 6 metades das beringelas. Salgue as metades das berinjelas e deixe-as soltar sua água. A quarta berinjela deve ser descascada e picada em pedacinhos pequenos, assim como a polpa que foi retirada das outras três berinjelas. Em uma frigideira doure o alho e a cebola no azeite. Em seguida junte a berinjela picadinha e os tomates e cozinhe em fogo médio por uns 10 minutos. Salgue a gosto e acrescente as azeitonas e a cebolinha verde. Reserve este refogado.

Enxágue e seque as metades das três berinjelas e em seguida recheie cada metade com o refogado. Besunte um refratário com azeite, bem como a parte da casca de cada metade das berinjelas e ajeite-as no refratário. Leve ao forno por 15 minutos e sirva com uma saladinha. Claro que as crianças acharam horrível, mas para elas havia um arrozinho básico com um strogonoff de frango.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Frutos de Floripa 1

Lagostins em seus momentos finais de preparo


Lagostins à l´Américaine


Domingão: dia de ir para o fogão!!! (Que rima pobre!!!) Enfim, licenças poéticas à parte, o caso é que hoje preparei uma das maravilhas que trouxe na minha bagagem extra que veio de Floripa. As maravilhas escolhidas foram os lagostins (crawfish em inglês, langoustin em francês). Ontem à noite, passei um tempão consultando meus livros de culinária à procura de uma receita para lagostins e não vi quase nada que me agradasse. Também consultei a internet e a oferta de receitas para estes integrantes da família dos frutos do mar está longe de ser farta. Enfim, não contente com o resultado da minha pesquisa resolvi adaptar. Aliás, adaptar é uma das palavras que eu mais uso na minha prática culinária. Lembrei-me que há muitos anos atrás, no tempo em que eu fazia pos-doc em Grenoble, eu tive o prazer de degustar uma maravilhosa lagosta na casa de meus grandes amigos, Michel e Colette, intitulada "Homard à l´Américaine". Colette foi sem dúvida uma das maiores inspirações para esta minha fascinação pela boa comida. Mas a Colette merece uma ou mais postagens só para ela e Michel uma só para ele. Hoje, vou falar dos meus "Lagostins à l`Américaine". Para prepará-los "à l´Américaine" consultei dois livros: The New York Times Cook Book do Craig Claiborne e o Mastering the Art of French Cooking da Julia Child et al.

Mas o que quer dizer o termo "à l´Américaine"? Segundo Claiborne and Child a origem do termo "à l´Américaine" é um assunto de grande controvérsia. Algumas "autoridades" chamam de "à l´armoricaine", em homenagem à antiga província de Armorique na Bretanha onde as lagostas são muito comuns. Outras dizem que armoricaine não faz sentido porque tomate não é um ingrediente típico da cozinha bretã e que a receita deve mesmo é ter sido inventada por um chef parisiense com inclinações provençais que deu este nome ao prato ou porque ele o serviu a um cliente americano, ou devido às origens exóticas (e americanas) do tomate.

Bem, mas qualquer que seja a verdadeira história sobre a identidade desta receita, o fato é que a que eu comi anos atrás era uma delícia. Acabei ficando com a receita do Claiborne e o resultado foi muito bom. Lá vai a receita:


LAGOSTINS À L´AMÉRICAINE
Ingredientes:

  • 1 kg de lagostins (segundo Claiborne deveriam estar vivos, mas os meus estavam mortos e congelados!!!)
  • 1/4 xícara de azeite de oliva extra virgem
  • 3 colheres de sopa de manteiga sem sal
  • 1 cebola média picada em pedacinhos bem pequenos
  • 4 dentes de alho picados em pedaços bem pequenos e amassados (Claiborne mandou colocar 1 dente, mas vocês já sabem não é? ADORO alho!!!)
  • 6 tomates maduros, sem pele e sem sementes, picados em pedaços super pequenos (na pressa pode-se usar uma lata de tomates inteiros com o seu suco)
  • 1 colher de chá de estragão (usei seco, pois eu não tinha fresco)
  • 1/2 colher de chá de tomilho (também usei seco)
  • 1 folha de louro (que deve ser tirada antes de servir)
  • 3/4 de xícara de vinho branco seco de boa qualidade (NUNCA coloque em sua comida um vinho que você não beberia)
  • 1/4 de xícara de conhaque
  • pimenta e sal a gosto
  • 1 pitada de açúcar (isto é por minha conta, para tirar a acidez do tomate)

Modo de fazer:

Lave bem os lagostins, tire as cascas (cuidado, pois são repletas de regiões pontiagudas) e a tripa (que aparentemente pode tornar os lagostins uma refeição indigesta quando não retirada), mas deixe as caudas. Eu deixei 3 lagostins com as cascas para decorar. Em uma frigideira grande, aqueça o azeite e adicione os lagostins. Refogue em fogo alto até que as caudas fiquem vermelhas e a carne ligeiramente branca, ou seja, mais ou menos uns 5 minutos. Transfira os lagostins para um prato quente e reserve.

Na mesma frigideira aqueça a manteiga e doure o alho e a cebola até que a cebola fique bem amarelinha e transparente. Adicione os tomates, o estragão, o tomilho, o vinho, o açúcar e a folha de louro e cozinhe em fogo baixo por mais ou menos 1/2 hora. Tempere com pimenta e sal.

Regue os lagostins com o conhaque e flambe. Junte ao molho na frigideira e cozinhe em fogo baixo por mais 10 minutos. Sirva com arroz tailandês e vagens refogadas no azeite.

Segundo a galera aqui de casa a primeira aventura culinária com os frutos vindos de Floripa foi um sucesso!!!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Aprendiz de Feiticeira

Macarrão aos seis queijos feito a quatro mãos

Jantar na nossa casa depois de uma tarde na escola e/ou no treino de basquete tem de ser substancioso: nada de grandes receitas nem refinamentos, pois a galera quer mesmo é quantidade de alguma coisa que lhes dê muito prazer. E assim foi esta noite. As aulas começaram ontem, e como sempre Thomas e Isabella (meus filhos gêmeos que vão completar 9 anos no final de março) voltam no final da tarde mortos de fome. O Dan começou os treinos de basquete na 4a. feira e dele eu já falei, ele é o adolescente faminto. Já estava ficando tarde e os humores se alterando, então estava na hora de agir e rápido. Para fazer a coisa toda de forma mais rápida, pedi a ajuda da Isabella, que vestiu seu avental holandês e perguntou o que devia fazer. Pedi a ela que cortasse em pequenos pedacinhos um certo número de diferentes queijos, tarefa que ela desempenhou com maestria. A cada queijo que ela cortava, ela provava um pequeno pedacinho e ia dando sua opinião sobre qual queijo lhe agradava mais. Enquanto ela cuidava dos queijos, eu cuidava da cebola e do alho. E assim criamos a quatro mãos o nosso "Macarrão aos Seis Queijos" que foi devorado com grande entusiasmo por todos. Que momento mais gostoso tivemos Isabella e eu!!! Prá quem quer um prato substancioso e nada light para o jantar, lá vai a receita:

MACARRÃO AOS SEIS QUEIJOS

Ingredientes:

  • 1 pacote de macarrão tipo parafuso (porque o queijo fica nas voltinhas do parafuso!!!)
  • 100 g de queijo tipo provolone
  • 100 g de queijo tipo mussarella
  • 100 g de queijo tipo prato
  • 100 g de queijo tipo parmesão em pedaço
  • 100 g de queijo tipo Cheddar
  • 50 g de queijo tipo gogonzola
  • 1 cebola média picada em pedacinhos bem pequenos
  • 4 dentes de alho picados em pedaços grandes e amassados (nunca esqueçam: ADORO alho!!!)
  • ½ xícara de azeite de oliva extra virgem
  • 1 cubo de caldo de galinha
  • 1 colher de chá de orégano
  • ½ copo de leite
  • 1 caixinha de creme de leite (eu uso creme de leite fresco, conhecido aqui nos Pampas como nata)

Modo de fazer:
Em uma panela aqueça ligeiramente o azeite e doure o alho e a cebola por no máximo uns dois minutos sem deixar ficar amarronzado*. Junte o cubo de caldo de galinha, o orégano e o leite. Quando esta mistura estiver aquecida junte o creme de leite, mas tome o cuidado de não deixar ferver, para não desandar o creme de leite. Enquanto isto cozinhe o macarrão, pois o molho se faz bem rapidinho. Uns dois minutos antes de terminar de cozinhar o macarrão adicione todos os queijos picados à mistura e aqueça tudo em fogo brando. Assim que o macarrão estiver cozindo junte ao molho e mexa tudo delicadamente. Sirva imediatamente, pois afinal a esta altura alguém já pode ter trucidado alguém. E depois de comer o macarrão todos desfrutam uma noite de paz e serenidade. Na medida do possível é claro!!!

*Sendo repetitiva: tenha cuidado para não torrar o alho, deixando-o escurecer, quando fritando em óleo ou azeite, pois quando torrado o alho se torna amargo, com sabor desagradável.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Floripa

Praia da Armação - Florianópolis - SC - Brasil

Acabamos de voltar de Florianópolis e pode ter certeza que se eu pudesse eu me mudaria para lá. Sempre ouvi muitas pessoas falarem que se pudessem morariam em Floripa (como a cidade é carinhosamente chamada), mas somente passando um tempo por lá para se ter uma idéia de como a cidade é mesmo um encanto. Floripa ocupa toda a Ilha de Santa Catarina e mais uma pequena porção no continente. As praias são para todos os gostos: praias sem ondas para famílias com criancinhas (Daniela, Jurerê, Jurerê Internacional, Pântano do Sul, ...) e praias com ondas violentíssimas para surfistas (Armação, Mole, do Santinho, da Joaquina, ...). Floripa esbanja cartões-postais, principalmente quando se pensa em suas duas lagoas (Lagoa da Conceição e Lagoa do Peri) e nos vários morros cobertos de Mata Atlântica. E por conta de toda esta beleza é o destino preferido dos gaúchos e de nossos hermanos argentinos.
Ficamos por lá um pouco mais de uma semana, em uma casa alugada na praia de Jurerê. Era uma casa bem simples, mas com um quintal super gostoso onde haviam três pés de acerola e um pé de pitanga. Com as acerolas fizemos vários sucos e quanto às pitangas, ah, as pitangas, comi-as quase todas. Elas eram gigantes e dulcíssimas. Que prazer!!! Na verdade, passamos pouco tempo na praia de Jurerê, pois decidimos explorar a Ilha. Visitamos praticamente todas as praias e elegemos a praia da Armação como a nossa favorita. Graças às suas ondas violentas, ela é bastante deserta. Ela tem uma areia meio grossa e é forrada de conchas. A turma amou!!!
E a comida? Ah, que deleite! Comemos muito peixe e muitos frutos do mar, sobretudo camarões, mas o que realmente nos deixou maravilhados foi a anchova assada na brasa de um restaurante chamado "Bate Ponto". Este restaurante fica em Santo Antônio de Lisboa, um bairro histórico da Ilha. À noite, pode-se jantar vendo a Ponte Hercílio Luz iluminada ao longe. Também tivemos o prazer de provar no Bate Ponto um arroz de polvo com alho e azeite que eu vou com certeza tentar reproduzir aqui na minha cozinha em Caxias do Sul. Aliás, voltamos com uma bagagem extra repleta de coisinhas do mar (polvo, lagostins, camarões, sardinhas, etc...).
A estada em Floripa foi tão boa, tão boa que vai ser assunto para muitas outras postagens.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Doris has gone

Frank and Doris

Doris e eu

Logo que comecei a escrever este blog, sabia que não iria ser fácil manter uma assiduidade nas postagens. Contudo, não imaginei que seria tão difícil. Na maioria dos dias, as tarefas são tantas que não sobra tempo para este gostoso momento de auto-relaxamento. Contudo, mesmo já sem vontade para muitas coisas, não posso deixar de registrar a partida da Doris. Doris é a mãe do Frank, como já foi mencionado anteriormente (ver postagem de 6 de janeiro de 2008) . Ela acabou de passar duas semanas aqui em Caxias conosco. Doris é uma das pessoas mais parecidas comigo que eu já conheci (talvez seria melhor eu dizer que eu sou uma das pessoas mais parecidas com ela que deve existir). Será que isto ajuda a engrossar a estatística de que homens procuram mulheres parecidas com as mães para se casar? Bem, se este é o caso ou não, o fato é que eu gosto muito da Doris.

Doris é uma grande conversadeira: lembra-se sempre de todas as pessoas (familiares e amigos) e histórias contadas em outras ocasiões, e adora saber as últimas novidades sobre novos casamentos, nascimentos, e coisas afins. Ela adora comer todas as minhas comidinhas e eu fico muito feliz de poder fazer umas coisas gostosas para tirá-la da rotina de seus TV dinners. Nestas duas semanas que ela esteve aqui, a maioria das atividades foi de caráter gastronômico, naturalmente. Tivemos a chance de levá-la a uns restaurantes em Porto Alegre (POA) e na Serra. Almoçamos no primeiro sábado no Gambrinus onde, para desespero do resto da família, degustamos um delicioso fígado de vaca acebolado. No jantar daquele mesmo dia fomos ao Sakura onde todos comeram muito sushi, mas de onde a ala jovem ainda saiu com fome. Finalmente no domingo, Doris podia ter entrado para a lista das pessoas mais felizes do mundo, quando ela pisou no Polska Restauracja e se reencontrou com a culinária polonesa, a culinária de suas origens. Cada prato que chegava à mesa era um velho conhecido de Doris. No passado, todos esses pratos (Pierogis, Bigos, ...) foram preparados por Helen, a sua mãe polonesa. Depois desta experiência de volta às origens, passamos (Doris e eu) falando por pelo menos uns dois dias sobre culinária polonesa. E como não podia deixar de ser (afinal estamos na terra do churrasco e do vinho), levamos Doris a uma churrascaria de espeto corrido, na estrada entre Farroupilha e Bento Gonçalves, chamada Cavalet. Depois desta orgia gastronômica, fomos visitar algumas vinícolas que produzem espumantes em Garibaldi. Doris AMOU!!!

Hoje no meio da tarde, Doris partiu de volta à Califórnia, mas eu já sinto falta da companhia dela, das boas conversas que tivemos nestas duas semanas e que sempre temos quando estamos juntas. God bless you, Doris!!!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Meu avô João

113 anos atrás nascia João Cândido Villas Boas, o melhor avô do mundo. Meu avô foi o homem mais sábio que eu já conheci na minha vida. Sua passagem pela escola formal foi curta, mas ele era um homem muito inteligente e com quem era muito prazeiroso ter uma conversa. Apesar de ele ter perdido seus pais muito cedo (por volta dos 7 anos de idade), sua índole aliada à escola da vida fizeram com que se tornasse um homem super honesto, trabalhador e cheio de amor pela sua família. Era um homem que tinha muitas histórias para contar e sempre tinha um ditado para todas as ocasiões. Tantos eram seus ditados que eu sempre vivo citando-os. Como quero deixar esses ditados para a posteridade, em breve vou criar um link e nomeá-lo "Os ditados do meu avô João".
João Cândido teve 6 filhos (5 meninas e 1 menino) e minha mãe (a Marina) era sua filha caçula. Como ele ficou viúvo muito jovem (aos 56 anos) e não se casou novamente, quando minha mãe se casou (ela foi a última dos 6 filhos a se casar) ela e meu pai (o Antonio) ficaram morando com ele. E quem se deu bem nessa história toda fui eu que tinha meu avô o tempo todo para mim. Eu sou a terceira de 5 netos, mas a primeira menina. Conta a lenda que assim que eu pude sair de casa para passear, meu avô João pilotava todo orgulhoso o possante carrinho de bebê pelas ruas do bairro me exibindo para todos os conhecidos e desconhecidos também. Já maiorzinha (uns 4 ou 5 anos) lembro-me de nossos passeios a pé pelos bairros de São Caetano. Sua única irmã, a tia Eufrosina (isso mesmo, como aquela deusa da mitologia Greco-Romana, cujo nome quer dizer "a alegria da alma", e que era uma das três Graças, filhas de Júpiter e de Eurídice), morava em um bairro diferente do nosso e todas as semanas eu e ele íamos visitá-la a pé. E todas as semanas éramos recebidos com pompa e circustância (chás, bolos e todos os tipos de biscoitos imagináveis) como se fizesse muito tempo que ela não nos via. Eles conversavam por uma eternidade (naquela época acho que duas ou três horas era uma eternidade) e depois voltávamos para casa sempre de mãos dadas e com ele me contando histórias. Bem, poderia passar muito mais horas "falando" do meu avô João, mas vou deixar muitas de suas histórias e de nossas aventuras para outras postagens. Hoje só quero deixar registrado que ele sempre esteve do meu lado para o que desse e viesse. Um GRANDE homem, foi o João Cândido, um GRANDE homem!!!
PS: Meu avô João era bem moreno de pele e tinha um par de olhos azuis de dar inveja. Deve ter feito muito sucesso quando moço. Fico devendo uma foto que vou tentar postar em breve.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Recheio de Peru ou “Risoto de Natal”

Um Chester tão cheio de recheio que quase explodiu!!!

O “Risoto de Natal” d'après a Fabi

Domingo de quatro estações em Caxias do Sul. Acordei com o barulho de uma forte pancada de chuva. O céu estava bem cinzento e todo mundo dormia, ou seja, uma situação perfeita para passar um tempo checando meu e-mail antes da turma toda se levantar. Abri meu e-mail e encontrei uma mensagem da minha priminha do coração, a Fabiana (Fabi para os íntimos), me pedindo a receita do “Risoto de Natal”. A Fabi é recém-casada com o Marcelo, que além de ser uma graça de pessoa também é um excelente cozinheiro. Parece que o Marcelo ficou enamorado pelo “Risoto de Natal” que eu preparei no último dia 25 e a Fabi escreveu um SOS pedindo a receita.
Na verdade, a receita que vou apresentar aqui para o “risoto” que comemos no Natal é a receita do recheio do peru que a avó polonesa do Frank fazia para o Dia de Ação de Graças. Só para esclarecer, o Frank é o meu marido e a avó dele chamava-se Helen. Ela nasceu na Polônia e ainda bem pequenina (3 ou 4 anos de idade) chegou em New Jersey nos Estados Unidos com sua família no início do século XX. Segundo o Frank, Helen era uma cozinheira de mão cheia e sua maior alegria era receber a filha (Doris) e os netos (Frank e Nancy) para o almoço de domingo.
Pessoalmente, eu prefiro um Chester a um peru e como o Chester é bem menor do que os perus (principalmente os perus americanos) a quantia de recheio que podemos colocar dentro da ave não é suficiente para um grande grupo de pessoas. Como o recheio é realmente muito gostoso, eu resolvi aumentar a receita e o que não entra dentro da ave vai para o forno bem quente uns minutos antes da refeição ser servida e dessa forma todo mundo pode se fartar com a iguaria. A bem da verdade, o recheio que sai da ave é mais gostoso do que o que vai para o forno separadamente, pois recebe todos os líquidos que vão surgindo durante o processo de cozimento da ave no forno. Contudo, para deixar todo mundo feliz, todos recebem uma pequena porção do recheio da ave e uma porção bem mais generosa do que foi assado separadamente. E assim caminha a humanidade e lá vai a receita:


RECHEIO de PERU para o DIA de AÇÃO de GRAÇAS

Receita da AVÓ do FRANK

Ingredientes:

  • 1 e ½ copos americanos de arroz
  • 3 copos de água fervente
  • 2 cebolas picadas em pedaços pequeniníssimos
  • 1 tablete de manteiga de 200 g sem sal
  • ½ kg de lingüiça de lombo ou lingüiça toscana de boa qualidade
  • ½ kg de cogumelos de Paris picado em lâminas finas, refogado em uma colher de sopa de azeite e temperado com 1 cubo de caldo de galinha
  • 3 latas de sopa de mushrooms Campbell's ou 3 cremes de leite de 200g cada combinados a 1 cubo de caldo de galinha
  • sal a gosto
  • queijo parmesão ralado

Modo de preparar:

Previamente frite a lingüiça, deixe-a esfriar e em seguida tire a pele que a recobre e desfie a mesma em pedaços bem pequenos. Descarte toda a gordura que tem dentro da lingüiça. Em uma caçarola grande, coloque a manteiga e a cebola. Aqueça esta mistura e vá fritando a cebola na manteiga em fogo médio, pois a cebola deve ficar translúcida, mas em hipótese alguma pode ficar amarronzada. Quando a cebola estiver translúcida, acrescente o arroz lavado e os 3 copos de água fervente. Deixe cozinhar como um arroz normal. Quando estiver pronto, mexa um pouco para esfriar. Quando o arroz estiver morno, acrescente a lingüiça desfiada, os cogumelos refogados e as 3 latas de sopa de mushrooms da Campbell. Caso não seja possível encontrar as latinhas de sopa de cogumelos Campbell's (em Sampa dá para comprar no Pão de Açúcar, aqui em Caxias no Zaffari), utilize em seu lugar os 3 cremes de leite de 200g combinados a 1 cubo de caldo de galinha. Mexa tudo muito bem e prove. Se quiser use um pouquinho mais de sal. Eu não uso, pois prefiro que falte sal do que sobre. Utilize parte desta mistura para rechear a ave e o restante arranje em um refratário e salpique com queijo parmesão ralado. A porção do refratário deve ficar de 10 a 15 minutos em forno quente antes de ser servida. E é isso aí. Desejo a todos um excelente jantar de Ação de Graças ou um maravilhoso almoço de Natal!!!


sábado, 5 de janeiro de 2008

Camarões à Provençal

Camarões à Provençal
(a 1a. foto de minhas comidinhas aqui publicada e registrada pela historical PENTAX Optio 230)

Depois de comer MUITA carne de porco na véspera de Ano Novo e no dia do Ano Novo, passamos alguns dias entre a carne de vaca e o frango. Morar no Rio Grande do Sul nos deixa mal acostumados, pois a qualidade das carnes bovina e suína é infinitamente maior do que a que estávamos acostumados em Sampa (mesmo considerando a carne comprada no Pão de Açúcar ou em bons açougues. Claro que não estou falando dos cortes especiais da Wessel!!!). Conta a lenda que a maioria da carne bovina que é vendida em Sampa vem do Mato Grosso do Sul e assim sendo a carne é mais dura pois é proveniente de um gado que tem de se movimentar muito evitando as cheias do pantanal. Em contrapartida, o gado do Rio Grande do Sul vive em grandes pastagens e passa a maior parte do tempo descansando nas mesmas (vidinha boa!!!). O supermercado que eu freqüento atualmente chama-se Zaffari. A vitrine de carnes é impressionante e às vezes me divirto somente em olhá-la com seus filés mignons e costelas bovinas e suínas apetitosíssimas mesmo ainda crus (perdoem-me os vegetarianos). Mas tudo isso para contar que hoje eu não podia mais pensar em comer carne bovina e suína ou galinha!!! Queria mesmo alguma coisa vinda do mar, que de preferência fosse "the catch of the day", o que é impossível quando me lembro que moro em Caxias do Sul, que fica há duas horas de Porto de Alegre bem no coração da Serra Gaúcha.
No problem!!! Fui ao Empório Per Mangiare (denominado pelos proprietários "Central de Gastronomia") e comprei uns filés de congrio e camarões congelados para fazer uma moqueca básica de peixe com camarões. No Empório Per Mangiare é possível se comprar muitos produtos bem diferentes (ou pouco usuais) daqueles utilizados na culinária local. Bem, mas o Empório Per Mangiare e a culinária local serão assunto outro dia. Voltando à minha vontade de comer alguma coisa vinda do mar, cheguei em casa, me inspirei um pouco mais e ao invés de preparar moqueca básica de peixe com camarões resolvi usar o peixe para uma moqueca básica de peixe e os camarões para um prato menos comum. E assim os camarões foram utilizados para preparar "Camarões à Provençal". E aqui vai a receita:

CAMARÕES à PROVENÇAL
Ingredientes:
  • ½ kg de camarão tamanho médio sem casca
  • ½ xícara de azeite de oliva extra virgem
  • 5 dentes de alho picados e amassados (nunca esqueçam: ADORO alho!!!)
  • 4 tomates maduros sem peles e sem sementes batidos no liquidificador
  • ½ colher de café de açúcar
  • sal a gosto
  • suco de meio limão
  • 1 colher de salsa picada
Modo de fazer:

Lave bem os camarões e tempere-os com o suco de meio limão e uma pitada de sal. Deixe-os marinar por mais ou menos ½ hora. Coloque o azeite em uma frigideira, leve ao fogo e adicione o alho amassado. Frite o alho no azeite por no máximo uns dois minutos sem deixar ficar amarronzado* e acrescente os tomates que foram batidos no liquidificador. Tempere esta mistura com a ½ colher de café de açúcar e sal a gosto. Leve a mistura a ferver e deixe cozinhar por uns 5 minutos. Retire o suco de limão dos camarões e acrescente-os à mistura de azeite, alho e tomate. Cozinhe os camarões nesta mistura por uns 3 minutos. Polvilhe com a salsa picada e sirva quente com arroz branco.

Normalmente, aqui em casa, comemos todo tipo de peixe e frutos do mar com arroz tailândes
(também conhecido como arroz jasmim, este tipo de arroz apresenta aroma e textura macia), mas hoje comemos os Camarões à Provençal e a Moqueca de Peixe com arroz basmati (esse tipo de arroz é perfumado e saboroso e trata-se de uma especialidade indiana). A combinação ficou divina e não tivemos "leftovers"!!!

*Sendo repetitiva: tenha cuidado para não torrar o alho, deixando-o escurecer, quando fritando em óleo ou azeite, pois quando torrado o alho se torna amargo, com sabor desagradável.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Miojo ao Alho e Óleo

2007 foi o ano em que o meu filho mais velho, o Daniel, começou a ser levado a sério como um jogador de basquete. Aos treze anos e meio, ele já mede 1,85 m e faz muitas jogadas inteligentes em quadra (daquelas que a gente vê nos jogos da NBA). Assim, além de ter sido nomeado Revelação do Ano entre os jogadores de sua idade, ele também tem sido convocado a jogar em times onde os garotos são até dois anos mais velhos do que ele. Ele e meninos da idade dele ganharam o seu primeiro campeonato, e também foram vice-campeões da liga regional. Junto com os garotos mais velhos, ele jogou em competições a nível de Brasil e da América do Sul. Se cuida Kobe Bryant!!!
Falo hoje do Dan, pois cheguei em casa depois de um dia de trabalho e não estava preparada para fazer um jantar. Sempre que eu volto para casa, o Dan, com sua voz grossa de adolescente, me pergunta: “Mãeeee, o que vamos ter para o jantar?”
Então abri a geladeira que estava quase vazia e pensei: “Hoje vai ser dia de miojo e omelete!” E foi. Miojo é a salvação da pátria quando eu não tenho energia para cozinhar e preciso alimentar um adolescente faminto. Sei que muita gente vai achar o cúmulo, eu deixar aqui registrada a receita do meu miojo, mas a minha turma adora e assim sendo acho que isso já é razão suficiente para merecer um registro. E vamos a ela:

MIOJO ao ALHO e ÓLEO

Ingredientes:

  • 3 pacotes de 80g de macarrão tipo lámen
  • tempero de 2 pacotes de macarrão
  • 1 colher de sopa rasa de alho picado (lembrem-se que eu ADORO alho!!!)
  • 5 colheres de sopa bem cheias de azeite extra virgem

Modo de fazer:

Ferva uns dois litros de água. Junte o macarrão e cozinhe por 3 minutos. Retire do fogo e coe. Reserve. Em uma panela coloque o azeite e o alho e aqueça por no máximo uns dois minutos sem deixar ficar amarronzado. Tenha cuidado para não torrar o alho, deixando-o escurecer, quando fritando em óleo ou azeite, pois quando torrado o alho se torna amargo, com sabor desagradável. Tire a panela do fogo junte o macarrão reservado e o tempero. Misture bem, sirva e veja a felicidade e a serenidade estampadas nos olhos de um adolescente. Dura pouco, mas vale a pena! Suficiente para 3 crianças abaixo de 10 anos ou para 1 adolescente faminto.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Antepasto de Berinjela

Todos os ingredientes antes de irem para o forno



O Antepasto pronto!!!

Apesar de eu ser uma grande usuária da internet (uso muito o correio eletrônico, as ferramentas de busca e as revistas científicas on-line), não tenho um orkut, uso pouco o skype (infelizmente por falta de tempo) e não sou uma grande conhecedora de blogs. Na verdade, uma vez numa busca na área de ensino de ciências fui parar no blog de uma portuguesa e achei a coisa toda bastante simpática. Contudo, o que fez eu me apaixonar pela idéia de iniciar um blog, foi também a minha passagem acidental por um blog chamado "Chucrute com Salsicha" (CS). Este blog é basicamente sobre as aventuras culinárias da autora, que também mantém um blog pessoal. Todos os dias, desde setembro (acho...), eu venho visitando o CS e me deliciando com o que aparece por lá. Bem, as minhas fotos não chegam nem aos pés das fotos da autora do CS, mas um dia eu chego lá. Primeiro vou dar um jeito de comprar uma nova câmera digital, uma vez que a minha é uma PENTAX Optio 230, que no site da "Pentax" figura na parte dos "Historical Products" (imagine!!!). Depois que eu tiver a nova câmera digital vou tirar MUITAS e MUITAS fotos e quem sabe ler o manual, coisa que eu odeio, mas que com certeza vai ajudar muito a melhorar a qualidade das fotos.
Bem, mas hoje eu queria mesmo era falar sobre o sucesso que o Antepasto de Berinjela fez mais uma vez em uma reunião entre amigos. Aprendi esta receita com outra física chamada Alice. Ela foi casada com um querido amigo meu. Nunca mais vi a Alice, mas ainda bem que aprendi com ela a receita do Antepasto de Berinjela. Na noite do dia 31 de dezembro este antepasto, muito simples de fazer, foi a vedete da noite. Aqui vai a receita:

ANTEPASTO DE BERINJELA
Ingredientes:
  • 3 berinjelas médias cortadas em forma de palito (medidas aproximadas:0,5cmx0,5cmx4cm)
  • 1 pimentão verde cortado em julienne
    1 pimentão vermelho cortado em julienne
  • 1 pimentão amarelo cortado em julienne
  • 2 cebolas cortadas em julienne
  • 1 colher de sopa de alho picado e ligeiramente amassado com uma pitada de sal (ADORO alho!!!)
  • ½ colher de sobremesa de sal
  • ½ xícara de uvas passas brancas sem semente
  • 250 ml de azeite de oliva extra virgem

Modo de fazer:

Misture todos os ingredientes, menos o azeite, em uma assadeira. Regue a mistura com o azeite. Cubra com uma folha de papel alumínio e leve ao forno por 45 minutos em temperatura da ordem de 220ºC a 250ºC. Tire do forno, retire o papel alumínio, mexa com um garfo e leve novamente ao forno por mais 45 minutos em em temperatura da ordem de 180ºC sem cobrir com o papel alumínio. De preferência faça um dia antes de servir. Coloque na geladeira umas duas horas antes de começar a sua festa. Sirva com baguette ou pãozinho francês. Suficiente para umas 20 pessoas.