Acho que hoje tenho a felicidade de viver em uma cidade onde a preocupação com o meio ambiente é muito grande. Isso, aliado à todas as coisas nas quais eu sempre acreditei, torna a tarefa de preparar os meus filhos para serem consumidores mais conscientes e cidadãos dignos em um planeta o mais sustentável possível. Ano passado li um livro maravilhoso com Thomas e Isabella, entitulado "De repente nas profundezas do bosque" e editado pela Companhia das Letras. Este livro havia sido recomendado pela minha grande amiga Rita, a quem a turma aqui de casa chama carinhosamente de tia Rita. Para nós tia Rita é mesmo da família (falarei mais dela em outra postagem). Voltando ao livro, o mesmo foi escrito por Amós Oz, que é considerado um dos melhores escritores israelenses da atualidade. "De repente nas profundezas do bosque" trata-se de uma fábula, como disse Oz, para todas as idades. A estória é mais ou menos assim: numa pequena aldeia, não existe mais nenhum animal, seja ele quadrúpede, peixe, réptil, pássaro ou inseto. As crianças são proibidas de entrar no bosque vizinho, onde, segundo os adultos, reina Nehi, o demônio das montanhas. As crianças também são ensinadas a nem mesmo pronunciar o nome dos bichos que no passado ali viviam. Na escola, uma solitária professora (Emanuela) desenha e descreve os animais que chegou a conhecer em sua infância, mas os alunos riem dela, pois seus pais lhe asseguram que tais seres não passam de lendas malucas e perigosas. No entanto, um menino (Mati) e uma menina (Maia) não se satisfazem com as explicações dos adultos e resolvem se aventurar pelo bosque para ver com os próprios olhos o que existe lá. Com este livro, e como em muitos outros de seus livros, Amós Oz discute nas entrelinhas os grandes dilemas políticos e sociais de nossa época. Particularmente neste livro, ele mergulha no registro da fantasia para tratar de temas como a discriminação, a convivência com o outro, a ética pessoal e a integração do homem com a natureza. O livro é uma fábula singela e encantadora sobre a importância da independência de espírito como antídoto à intolerância e ao obscurantismo. Serve como mais um componente na educação de cidadãos mais conscientes que têm como responsabilidade cuidar deste planeta que, infelizmente, está pedindo ajuda e não está sendo atendido adequadamente. É um livro que, com certeza, vale a pena ser lido. Eu, Thomas e Isabella amamos!!!
Vegetariana, eu??? Com certeza tenho o meu lado vegetariana, mas ainda curto de vez em quando um bom pedaço de um pobre bovino. Com isso tento me redimir, sempre que posso, aproveitando para me alimentar de forma mais consciente e mais saudável. Esta postagem não terá receita, mas sim uma foto de uma refeição prá lá de vegetariana, que constou de uma salada de tomates com folhas de cenoura e um refogado de abobrinha italiana com milho verde. Todos os ingredientes vindos da Feira Ecológica de Caxias do Sul, que já foi apresentada aqui neste blog no ano passado.
Termino hoje com um pequeno texto extraído do livro "De repente nas profundezas do bosque". Um trecho pequeno, mas que, na minha opinião, carrega uma mensagem enorme:
"a realidade não é apenas o que o olho vê e não somente o que o ouvido escuta e o que a mão pode tocar, mas também o que se esconde do olho e do toque dos dedos e se revela às vezes, só por um momento, para quem procura com os olhos do espírito e para quem sabe ficar atento e ouvir com os ouvidos da alma e tocar com os dedos do pensamento.(...)"